Ele a ama. Mas não sabe dizer por quê. Apenas sabe que a ama. Pode ser pelo sorriso dela, que hipnotiza e cura a dor. Ou pela risada aberta que lhe contorce o corpo todo quando está deitada. Ainda não sabe. Pode ser pelo jeito que ela repousa a cabeça em seu peito, fazendo dele protetor. Ou quando lhe acaricia as costas explorando seus defeitos. Ainda não sabe. Por não saber, se pergunta se realmente a ama. Ou se a irracionalidade é vestígio de amor banal. Ou se é sinal de que o amor é fraco. Mas não, talvez seja exatamente o oposto disso. O amor é inexplicável. Buscar nele razão é como tentar reter a água nas mãos. É como tapar o sol com a peneira. O amor é isto: clichês espalhados pelo texto. É não encontrar a definição, é perder a palavra, é não conseguir expressar. É se calar de tanto que tem a dizer. O amor, quase sempre, é o único exagero contido. Se parar pra pensar, ele tem todas as razões para amá-la. Afinal, trata-se de uma mulher linda, inteligente, culta, di