Tem uma frase do Domingos de Oliveira que diz assim: “a verdadeira liberdade de um homem não é seguir seus impulsos, é seguir suas escolhas”. Vir para o Canadá não foi um impulso meu, na verdade nem poderia. É algo que precisa ser minimamente planejado e depois, para se colocar em prática, existem algumas obrigações burocráticas – passaporte, visto, etc. Ou seja, foi realmente uma escolha. Podendo seguir essa escolha, penso que exerci minha verdadeira liberdade, como diz Domingos.
Estou muito feliz pela repercussão do meu último texto sobre o impacto inicial na chegada por aqui. Foram tantos compartilhamentos, comentários e, principalmente, trocas de experiências que me emocionaram. Escrever, para mim, sempre foi necessariamente um ato sem pudor. Penso que para alguém se traduzir em palavras é preciso antes se despir. Com o último texto não foi diferente e acho que esse foi o principal motivo por tantas pessoas se identificarem e espalharem o texto por aí.
Li cada um dos comentários. Infelizmente é complicado de responder um a um, mas saber que tantas pessoas se identificaram com o que eu narrei foi incrível. Obrigado por compartilharem suas experiências comigo! Li histórias de quem há muito deixou o Brasil, rumo ao desconhecido, em épocas bem mais difíceis que a minha e disseram sentir exatamente o que exprimi no texto. Recebi também mensagens de pessoas que sonham em viver algo parecido e me agradeceram por mostrar a experiência por outro lado. Enfim, foram muitos comentários positivos e neles é que escolhi focar.
O “morrer” no texto foi usado como uma figura de linguagem para descrever a transformação da minha vida. É bom reforçar. Não estou depressivo, nem em crise, nem infeliz, nem arrependido, nem nada. Pelo contrário. Estou vivo, muito feliz, adorando estar em um país diferente, cada dia aprendendo mais o inglês e sobre a cultura por aqui. Como mencionei no primeiro texto e acho que alguns passaram batido, essa é uma experiência que eu recomendo para todo mundo, apesar do peso que vem junto e te faz “morrer”.
Tem outra frase do mesmo Domingos de Oliveira que diz assim: “o que importa é ter ideais. Nem que seja para perdê-los e sair procurando outros”. Ao vir para o Canadá, deixei alguns dos meus ideais um pouco de lado e vim fazer exatamente isso – procurar por outros. Seguirei dividindo essa nova busca com vocês. Vamos juntos!
Vc escreve muito bem! Talento! Parabéns!
ResponderExcluirO "peso" da experiencia é realmente valioso... Moro na Costa Rica desde outubro/2015, vim por trabalho e meu marido e meu filho de 4 anos me acompanham... o mais dificil para mim foi escutar meu pequeno dizer que lhe doia o coração de saudade. Estamos mais acostumados agora e realmente "morrer" é dificil. Um abraço!
ResponderExcluirVivemos muitos lutos durante nossa vida, alguns deles de nós mesmos, como você tão bem descreveu em "Saí do Brasil. E morri". Eu não saí do Brasil, apenas mudei de cidade, mas foi depois do divórcio. A sensação de morte foi a mesma. Perda de identidade. Reconstrução. Processos diferentes, mas de muitas formas parecidos. Foi muito bom ler seu texto. Eu também estou viva. Ainda vou ficar bem. Um abraço! E obrigada!
ResponderExcluirSeu texto, comentários sobre experiências de vida e tudo mais que envolve essa viagem, é mesmo algo fascinante de poder se dar ao "luxo" de sentir. É uma pessoa de sorte e também "especial ". Poder sentir tudo isso, constatar todos esses sentimentos e comportamentos e saber colocar tudo e, mais um pouco, no papel de forma tão clara é sensacional!
ResponderExcluirVocê conseguiu passar para os leitores (pelo menos pra mim) que a vida é isso... esse movimento maravilhoso... como o Mar... as ondas e suas espumas branquinhas... nenhuma igual a outra, nada perfeitamente igual. Como nossos dias, nossas vidas... Um eterno e maravilhoso movimento. Esse movimento de mudanças que não pára e nos faz sentir tantas sensações... É a vida! Um maravilhoso "presente"!
Você é sensacional!